sexta-feira, 29 de abril de 2011

O CASAMENTO REAL BRITÂNICO DO SÉCULO XXI



Sua Alteza Real, Catherine. Duquesa de Cambridge. Esse é o novo nome e título que Kate Middleton passou a adotar desde a manhã desta sexta-feira, dia 29 de abril de 2011, depois de se casar com o príncipe William.
Sem recorrer ao tom jornalístico sobre o tema, minha intenção é apenas registrar o acontecimento aqui para nós, e levantar alguns pontos que achei curiosos e interessantes.

Os súditos e seu amor à monarquia – por tradição, costume ou apenas por simpatia ao novo casal real, milhares de pessoas lotaram as ruas no entorno da Abadia de Westminster e do Palácio de Buckingham. A Rainha decretou feriado e mais de 5 mil festas nas ruas estão sendo realizadas para comemorar o casório dos pombinhos. Para nós, brasileiros, é estranho ouvir esse tipo de coisa, e ver tantos protocolos cheios de significados, muito distante de nossa realidade. Porém, o povo inglês encara isso como uma “Copa do Mundo”, em que o Brasil é o grande favorito. A comoção é nacional e a importância do casamento talvez se deva ao fato de que a monarquia está desgastada e os plebeus coloquem suas esperanças que o casal vai renovar os ares reais, com um toque de modernidade e bom senso para o século XXI. Olha as sonhadoras vestidas de noivas! Eu vi uma placa que dizia: " Marry Me, Harry".


Cortejo Real – foi lindo de se ver os cavalos viris, bem treinados e as cores da bandeira britânica tremulando, tanto nos mastros quanto nas mãos das pessoas, que assistiam ao cortejo. Até a igreja, Kate foi num carro com vidros largos e acenou o tempo todo para os súditos em histeria. Na volta, a carruagem que levou a mãe de William, conduziu os noivos ao Palácio, que trocaram olhares e elogios. No maior romantismo, lindo!



Decoração do casamento – simples e elegante, como manda o protocolo, porém muito agradável da igreja, a Abadia de Westminster, que foi sagrada a catedral em 1540, estabelecendo a diocese de Westminster. É muitas vezes considerada a mais importante catedral da Inglaterra, e é lá onde os monarcas são coroados. A própria Rainha Elizabeth II se casou e foi coroada lá.

Vestido, cabelo e maquiagem da nova Duquesa – o vestido estava deslumbrante. Achei super chique, moderno e tradicional ao mesmo tempo. Claro que choveram comparações com Grace Kelly, que se casou com Rainier III, Príncipe de Mônaco, em 1956. O vestido é bem parecido, com a diferença mais marcante no decote, mais ousado e charmoso, de Kate. O estilo casaquinho de renda está super em alta e já está sendo copiado em todo o mundo. A cauda foi menor do que o imaginado, com cerca de 2m de comprimento, e o véu cobrindo o rosto foi retirado antes do início da cerimônia, também quebrando mais um protocolo. Na minha opinião, o véu e tiara são antiquados, mas Kate é tão bonita que ficou completamente linda com eles. O vestido é assinado por Sarah Burton, da griffe Alexander McQueen. Também contrariando protocolos e o meu palpite, seus cabelos estavam soltos, o que eu achei completamente ousado para sua posição, e que dá o tom da personalidade dela. A maquiagem, já criticada pelos especialistas, foi leve e simples, com olhos pouco marcados. Mesmo sendo dito que ela carrega muito no olhar, só pelo fato de usar lápis na parte inferior os olhos, eu acho que para os padrões dos dias atuais, ela estava bem pálida, apesar de na medida. Como disse minha mãe quando eu me casei: “Você não tem mais 18 anos e não pode se casar parecendo uma garota virgem.” Acho que Kate fez o certo, super elegante, sóbria e sofisticada, na medida certa.



Cerimônia – no verdadeiro estilo cerimonial anglicano, o casamento foi rápido, com um coral de meninos e adultos emocionante. A expressão dos meninos mostrava que o estilo inglês de fazer as coisas já é ensinado às crianças desde cedo. Muito concentrados e afinadíssimos, eles deram um show à parte, colocando no momento sóbrio uma pitada de emoção e sentimento. Sentimento também foi visto no momento dos votos, em que eu achei o momento em que os noivos mais se emocionaram e sentiram o peso do nervosismo do dia do casamento. Eu pontuei os momentos de sentimento, pois com tantos protocolos e sobriedade, fica difícil achar um momento menos mecânico na coisa toda. Tanto que toda a vez que havia um sorriso ou reação mais “humana” na família real, a sensação era: “eles são de carne e osso!”

A volta para casa e os protocolos – na carruagem, Kate mostrou que está incorporando os protocolos necessários e parece não ter cometido nenhuma gafe no dia mais importante de sua vida. Os acenos devem ser feitos com o cotovelo na altura da cintura, não acima disso, o que ela soube realizar com destreza. Outro protocolo cumprido foi quando o príncipe William batia em continência ao passar em frente aos monumentos em homenagem aos mortos em guerra, e Kate baixava a cabeça. Isso significa a homenagem e respeito pelos heróis de guerra ali representados. Além disso, os noivos não choraram em nenhum momento, e não sorriram um para o outro durante os votos, algo que pareceu requerer certo esforço de ambos. Na sacada do castelo, a família real e o casal, acenaram para o público gigantesco que os esperava e se beijaram duas vezes, de forma discreta. Muitos acharam o beijo sem graça, mas acho que nesse caso, o protocolo é ideal. Bem mais coerente do que prender aquele cabelo lindo da Kate até o fim da vida, ou do casamento, (bate na madeira). O mais bonitinho foi ver ambos ficarem vermelhos de vergonha depois de cederem ao bis da multidão para o segundo beijo. (Olha a sorriso da daminha! *.*)


Curiosidades:
- Em ocasiões oficiais, na Inglaterra eles usam o aceno discreto para os súditos; nos EUA os governantes apontam o dedo para o público, que simboliza que eles estão sendo reconhecidos no meio da multidão; no Brasil o governante sai em carro aberto jogando beijos e abrindo os braços para todos, em sinal de acolhimento. As diferenças refletem apenas as tradições e cultura de países super diferentes.

- A Rainha Elizabeth II não canta o hino da Inglaterra, pois o hino é para ela.




- Na Inglaterra é costume só a mulher usar aliança de casamento, o que foi adotado pelo casalsinho real.


- Estima-se que foram gastos cerca de 12 milhões de reais com o casamento, sendo que em torno de 300 mil reais foram tirados dos cofres dos pais da noiva. Na Inglaterra, apesar de serem multimilionários, os pais de Kate são considerados de classe média.


Eu desejei escrever este texto, pois eu me apaixonei pelo estilo e graciosidade da noiva e pela forma como eles fazem um belo e apaixonado casal. E também por que eu adoro a Inglaterra...rsrsrs... Apesar de achar a monarquia ultrapassada para os tempos atuais e a maioria dos protocolos, como o fato de Kate nunca mais poder usar cabelos soltos em público ou não poder chorar em público, eu tenho um sentimento ambíguo em relação a isso. É curioso e fantasioso ver toda essa pompa e glamour dos contos de fadas, nos dias de hoje. Acho que mesmo com os problemas da monarquia e dos protocolos, o aspecto histórico é o que mais chama atenção. Ao invés de conhecermos estas histórias e pessoas pelos livros, eles são reais, a história deles está sendo escrita junto com a nossa, na nossa era. Isso é fascinante! Eu espero que o casal, se um dia se tornarem Rei e Rainha Consorte, possam revigorar os ares da monarquia, como já vem fazendo com sua união. É o que aspira a maioria esmagadora dos britânicos. Quis assistir ao casamento por esses motivos, e também pelo fato de que este casamento real está acontecendo na minha época, diferente da época do casamento da Diana. Eu era muito nova e não acompanhei da mesma forma. O casamento de princesa que eu irei me lembrar será o de Kate e não o de Diana, como muitos. Plagiando uma frase que ouvi hoje cedo do repórter Pedro Bassan: “Kate e William são um casal que tem a nobreza de parecer gente comum.”


7 comentários:

  1. Fad´s,
    Texto digno de jornalista, amei!
    Ficou leve, gostoso de ler e bem pontuado com dados históricos... Adoraria casar numa Igreja aniguissima transbordando história... Oq consegui em santos foi uma fundada em 1640 *hihi* Mas a parte de protocolos e de não poder chorar me deixa "meio assim"... Eu já quebraria protocolos!
    Eu sai correndo pra trabalhar e sem café só pra ve - la entrando na Igreja.
    Estava linda, chorei nos votos e apesar do apelo histórico do Bouquet, foi o único detalhe que não gostei.
    Concordo com a sua frase sobre o casal e sobre o casamento da Diana, acho que nem nascida eu era ainda...
    Beijocas.
    PS: Eu comemorarei Bodas de Prata praticamente 1 mês depois deles *kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk*

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  2. Eu chorei mesmo na hora do bjo...hihihi... como disse, me emociono mais em momentos mais espontâneos.

    Ontem eu fiz as contas, qdo a Diana casou eu tinha 3 anos, por isso, nada significou para mim...rsrsrs

    Obrigada cumadre! Vc estará tão ou mais linda do que ela, tenho certeza.

    bjos!

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  3. Pensei que a Rainha Elizabeth II não cantasse o hino por estar um pouco caduca já. hehe

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  4. Well,
    acho hipocrisia da parte dos britânicos todo esse delírio e paixão súbita, sendo que há reclamam dia e noite da monarquia e dos impostos altos que os sustenta. É como no Brasil, onde só se é um brasileiro orgulhoso na Copa do Mundo.

    Agora as pesquisas apontam que só 10% do eleitorado não quer que a Monarquia continue. Que o novo casal é um "novo fôlego para a Monarquia Britânica". Não vejo onde, porque, na prática, não passam de representantes de luxo.

    Só espero que Lady Kate (não adianta o contrário, só me vêm a Lady Kate do Zorra Total na cabeça) não se torne uma próxima Lady Di: apática, depressiva e mal amada. Ela também no início era o rosto lindo e jovem da perfeita princesa - o mesmo que Kate tem. Daqui há 15 anos vamos ver se isso se mantem.

    Ps: Adorei o vestido. Seguiu as regras de etiqueta (fechado com manga comprida, inspirado claramente no de Grace Kelly. Lindo mesmo.

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  5. Fad´s, adorei o texto, realmente muito bom, parabéns. Quanto ao casamento, bom, não sou um entusiasta da monarquia, mas achei que foi um verdadeiro conto de fadas, afinal, foi a união de duas pessoas que se amam de verdade e que apesar dos tais protocolos e tradições, mantiveram o amor genuíno, não entendo muito de roupas, mas achei que Kate estava ingenuamente sensual, bastante diferente para as tradições, Quanto ao buquê, achei a escolha incrível e cheio de significados, afinal eram galhos de murta do jardim da Ilha de Wight, lembrando que estas são consideradas o emblema dos casamentos e foram plantadas pela própria Rainha Vitória em 1845, e principalmente as flores chamadas sweet William, bom, quanto a isso não é necessário palavras, o nome já diz tudo. Quanto a comparação com a vida que Daiana teve, acho que uma frase de Kate demonstra que não será igual, pois enquanto Daiana falava que tinha sorte por se tornar princesa, Kate fala “ ele (William) tem sorte por ter-me ao lado”. Em fim, espero que os dois sejam muito felizes, acho que ambos merecem.
    Douglas Fraga

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  6. eu queria ser essa prinsesa poxaele e lindo

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  7. Então, vim aqui para ver os coments do meu post...hehehe

    Eu não sou necessariamente fã da monarquia do ponto de vista político. Sou a favor da democracia, sempre. Sou mais fã da simbologia toda, do mito, da fantasia que envolve isso. Como disse acho que prá Li, eu sinto que é um conto de fadas real, não só o casamento, mas a monarquia em si. Eu acho que ter uma monarquia desse tipo em pleno século XXI, a despeito dos problemas que ela tem, é a chance de vivermos junto, na mesma época histórica, algo que vai ficar para a história. Tipo, eu vivi os anos 60, as grandes guerras, por exemplo. Quem viveu isso, faz parte desse momento histórico.

    E eu acho mto legal eu estar vivendo esse momento histórico junto com a monarquia britânica. Pode parecer muito infantil e piegas, mas eu sinto isso. Daqui a 50 anos, se a monarquia britânica não existir mais, eu direi: eu estive lá quando ela ainda existia, entendem?

    Obrigada pelos coments, eu adorei fazer esse post e torço de verdade pelo casal. Acho difícil Kate ser como a Diana, as pessoas são diferentes. Kate tem 29 anos e não 19 como Diana na época, e ela está inserida no ano 2011 e não na década de 80. 30 anos fazem muita diferença, do ponto de vista histórico e social, haja vista todas as quebras de protocolo que ocorreram.

    Bjos!!

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Falar você deve. Com você, o lado rosa da força estará.