segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 - A Origem



Em 2010 eu assisti o filme A Origem, com Leonardo DiCaprio. Achei o máximo e soube no mesmo dia que precisaria ver de novo, pois é mesmo um filme complexo. Não consegui assistir pela segunda vez ainda, mas eu indico para quem não viu e para quem já viu também.





Numa realidade que não é futurista, mas apresenta uma tecnologia avançada, que nem em sonhos – com o perdão do trocadilho – conseguimos imaginar se tornar verdade, Cobb (DiCaprio), um ladrão talentoso, invade os sonhos das pessoas para roubar segredos valiosos, na espionagem industrial.

Porém, no passado sua vida pessoal é destruída por causa de seu trabalho e ele carrega uma culpa infinita. Agora, ele vê a chance de se redimir quando aparece um trabalho que exigirá dele exatamente o oposto do que sempre fez. Ao invés de roubar informações, ele tem de plantar uma idéia no inconsciente de outra pessoa.

Nessa demanda, DiCaprio vive momentos de pressão e tensão extremas, pois algo ameaça seus planos e coloca a vida de toda a equipe em risco. Algo que só ele pode controlar e resolver. Algo que vai mexer com ele de tal forma, que sua decisão será muito difícil.

Com reviravoltas de tirar o fôlego e muitos desdobramentos velozes, que nos forçam a ter raciocínio rápido. Um dos principais motivos disso é que em determinado momento do filme, a gente não sabe mais qual é a realidade e qual é o sonho, e temos que contar nos dedos quantas camadas do inconsciente os personagens mergulharam para saber qual é a verdade e qual é o sonho. É louco demais!


Michael Cane está espetacular, apesar de sua atuação secundária. Ellen Page, de Juno, também me surpreendeu. Mas quem mais me chamou atenção foi Marion Cotillard, até então desconhecida para mim. Seu personagem é alguém complexo e que só por sua excelente atuação, podemos ver a insanidade brigando com a inocência, o que nos leva a ter sentimentos controversos em relação a ela.

Saí do cinema me perguntando: “Será que eu entendi esse filme?” Fiquei com um gosto de quero mais, torcendo para ter continuação e comparando – inevitavelmente – com Lost. Christopher Nolan brinca com nossa imaginação com maestria, fazendo a viagem valer a pena, principalmente, por que nos perguntamos se aquilo é possível e quais os limites entre realidade, consciente e inconsciente.

Nota: 10!




Diretor: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Cillian Murphy, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Michael Caine, Tom Berenger.
Produção: Christopher Nolan, Emma Thomas
Roteiro: Christopher Nolan
Fotografia: Wally Pfister
Trilha Sonora: Hans Zimmer
Duração: 148 min.
Ano: 2010
País: EUA/ Reino Unido
Gênero: Ação
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Warner Bros. / Syncopy
Classificação: 14 anos


Resenha por Fad's


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A tradução de Inception é origem, inicio, mas também vem do verbo incept, que significa inserir. Um outra tradução também podia ser intervenção. E intervenção, na psicanálise, significa a intromissão do especialista na mente de um paciente, no sentido de conduzir o fluxo de pensamentos para uma auto-libertação. É exatamente o que acontece em certa parte do filme com Cobb e Fisher (Cillian Murphy). Sabemos que a intervenção do executivo foi guiada por Cobb. Mas quem guiou a do guia? O final do filme dá margem a duas interpretações básicas. E isso é que abre o filme a infinitas interpretações que pipocam pela internet e fazem a graça e a genialidade da sétima arte, porque insere o espectador na história, faz o filme não acabar com o fim da projeção, e "digerimos" aquela idéia por dias, talvez semanas!

O roteirista demorou 10 anos pra escrever o filme, e ele elaborou brilhantemente cada frase, cada amuleto, cada nome de personagem – ou você acha que Ariadne foi só coincidência? -, até mesmo a musica Non, Je Ne Regrette Rien da Edith Piaf. É um roteiro brilhante pontuados com cenas imperdíveis e personagens inesquecíveis.

Poderia ficar horas falando aqui, mas tudo seria spoiler, e acabaria com a graça de todo mundo. Quem sabe um dia eu coloco tudo aqui...

Resenha por Ligya M.

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Algumas curiosidades sobre Nolan, Cobb e Edith Piaf.
Não é a primeira aparição de Cobb no cinema. Nolan já havia feito um filme em que Cobb aparecia, mas sem a complexidade deste filme.
Coincidência ou não Marion Cotillard fez Edith Piaf no cinema (2007 Piaf - Um Hino ao Amor)

Nolan trabalhou (como Ligya enfatizou) por tanto tempo nessa idéia, que parte do roteiro está como DESENHO (isso mesmo). Era tão dificil colocar em palavras a idéia do labirindo de um sonho dentro de um sonho que só restou a Nolan descrever as cenas com desenhos (ou storyboard).

Teorias a parte, o meu peão está rodando e torcendo para A Origem ganhar pelo menos o Oscar de melhor roteiro original.

Resenha por Lis

Um comentário:

Falar você deve. Com você, o lado rosa da força estará.